SINOPSE
É preciso enterrar Maria. Mas por que o agente funerário oferece ao companheiro da defunta o caixão mais barato? E por que o padre da cidade se recusa a rezar por ela? Não só nega a encomendação religiosa de seu corpo, exéquias ritualísticas que era costume todos os falecidos terem direito, naquela cidadezinha qualquer, como proíbe que Maria seja enterrada no cemitério, administrado pela igreja.
O que intriga ainda mais é que, apesar de ser o escárnio das conversas do povo, Maria acolheu e deu casa e comida a dois velhos inválidos.
O bêbado Tabu teria razão, no seu discurso de despedida, aos pés do caixão da defunta, de reafirmar que, sim, Maria era mulher-dama, já todas as outras moradoras da cidade eram honradas, e santas, e puras. Maria era de má-fama, já as outras eram honradas, e santas, e puras. No entanto, mulher-dama que era, de má-fama que todos conheciam, foi ela, a única a acolher os dois inválidos senhores, apesar de todo o sofrimento que lhe causaram durante sua conturbada vida.
No final da leitura, leitores, não se espantem se também forem convidados a semear nessa cama de girassóis!
SOBRE O AUTOR
Luiz Puntel é professor de Língua Portuguesa e Produção de Textos para o Ensino Médio e também professor de Oratória. Dirige a Oficina Literária Puntel, em Ribeirão Preto, onde desenvolve, há quarenta anos, cursos de redação para o Ensino Médio e para Adultos, além de ministrar cursos de oratória. É autor de diversos títulos da série Vaga-lume, da Editora Ática, entre eles “Meninos sem pátria” e “Grito do Hip Hop”, finalista do prêmio Jabuti de 2005.