Descrição
Qual a gênese da criatura senão a arte de recriar histórias? De refazer imagens, de inventar destinos? E não seria ali, neste ato subversivo de criação, a encarnação do divino? Se fomos expulsos de um paraíso ou de lá arquitetamos um jeito de sair eu não sei, mas Renan Bolognin transforma em poema a queda e a liberdade, numa delicada arte de perceber que os opostos talvez sejam apenas nuances de sombra e luz de uma mesma cor com tons e vozes vivas e não mais interditadas por uma divindade um tanto vulgar. É o paradoxo da existência, a síntese possível na poesia, o lugar sagrado dos humanos pagãos. Negociamos os sonhos possíveis neste desejo de redenção. Inspirado no anti-herói Nimrod, o escritor apropria-se, pelo verso cortante e intenso, do seu “apenas seja”. O resultado é a união da criatura e do criador em uma poesia delicada e transtornante.
